Outubro Verde e a importância do diagnóstico e a prevenção contra a sífilis: especialista alerta para riscos acerca do tipo silencioso e transmissível da doença.
O mês de outubro é conhecido como Outubro Verde devido às atividades relacionadas a uma
doença que, se não for diagnosticada e tratada a tempo, pode prejudicar a vida de homens,
mulheres, fetos e bebês em formação. A sífilis é uma infecção bacteriana transmitida principalmente por meio de relações sexuais. Na Bahia, em 2023, mais de 6.400 casos foram notificados de janeiro a agosto, segundo dados da Secretaria de Saúde da Bahia (SESAB).
O cirurgião urologista, Eduardo Cerqueira, ressalta a importância das ações de prevenção nos postos de saúde, a distribuição de preservativos e campanhas de conscientização conduzidas por médicos e outros profissionais de saúde. No entanto, ele alerta para o risco de aumento nos casos de sífilis latente, muitas vezes não notificados devido à ausência de sintomas. Nestes casos, homens infectados com sífilis latente que mantêm relações desprotegidas podem contaminar seus parceiros.
E, se a parceira estiver grávida, há a possibilidade de transmitir a doença para o feto.
No consultório do cirurgião urologista Eduardo Cerqueira, a maioria dos casos que chegam de Sífilis é de um público maduro: homens a partir de 40 anos. Mas, o especialista comunga da ideia de que os homens mais jovens ainda precisam se conscientizar da necessidade da visita periódica ao consultório de um profissional de urologia para um trabalho preventivo, assim como as jovens são educadas para tal na ginecologia. Esta observação se faz necessária, pois, conforme os números apresentados pela enfermeira Larissa de Jesus Gonçalves, responsável pela referência técnica de Sífilis da Vigilância Epidemiológica de Feira, e pelo próprio especialista, a faixa etária de maior índice de contaminação está entre os jovens de 14 a 16 anos, até 40 anos.
O grande problema é que muitos desses jovens que não vivenciaram o temor de casos graves da
AIDS, por exemplo, são pessoas que vivenciam uma prática de atividade sexual com menos
proteção. Há uma facilidade de contraceptivos, porém, as pessoas esquecem de que o cuidado não é apenas com a gravidez não planejada, mas também com as infecções sexualmente transmissíveis.
Esse é o grande risco da sífilis latente. As pessoas não se vêem doentes e continuam uma vida sexual normalmente e sem preservativo. Além da sífilis latente e da sífilis congênita, apontada como uma das mais preocupantes, o especialista diz que existem ainda a sífilis primária, em cujo quadro agudo o paciente apresenta uma lesão que geralmente cicatriza e some, e a sífilis secundária, a qual apresenta uma maior quantidade de lesões espalhadas pelo corpo. A latente somente é detectadacom o exame.
Médico formado pela UFBA
Urologista com formação em Cirurgia Minimamente Invasiva pelo Hospital do Servidor do Estado de São Paulo
Formação em Cirurgia Robótica pela Intuitive Einstein e Uro Oncologia pelo Hospital Dr Miami