O médico cardiologista do Hospital Incar, Dr. Alex Guabiru, é um dos responsáveis pelo procedimento inédito para tratamento de arritmia cardíaca realizado em 2 pacientes no último mês de dezembro, em Salvador-BA.
O procedimento utilizou a inovadora técnica denominada Ablação por Campo Pulsado (PFA, do inglês Pulsed Field Ablation) que utiliza pulsos elétricos de alta voltagem e curta duração para induzir a morte celular de forma não térmica, oferecendo uma alternativa mais segura e eficaz no controle da doença, diferente dos métodos tradicionais, que empregam calor (radiofrequência) ou frio (crioablação) para destruir o tecido cardíaco anômalo.
O mecanismo de ação da PFA baseia-se na eletroporação irreversível, um processo em que os pulsos elétricos criam poros nas membranas das células cardíacas, levando à destruição seletiva dos miócitos, que são as células musculares do coração. Essa seletividade é uma vantagem significativa, pois minimiza danos a tecidos adjacentes, como o esôfago, nervo frênico e vasos sanguíneos, reduzindo potenciais complicações associadas aos métodos tradicionais.
A PFA oferece benefícios significativos aos pacientes devido a sua precisão e também por ser menos invasivo, permitindo uma recuperação acelerada, com menos complicações no pós-procedimento. Além disso, o tempo da cirurgia é mais curto, reduzindo o tempo total que os pacientes passam no laboratório de cateterismo.
Os pacientes que receberam o tratamento, realizado no Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes-UFBA) no último dia 12. foram diagnosticados com arritmia sustentada, um tipo de distúrbio do ritmo cardíaco considerada comum em pessoas com 80 anos ou mais, tendo uma prevalência entre 15% e 20% da população. Ambos passam bem após os procedimentos.
Dr. Alex Guabiru, especialista em eletrofisiologia clínica invasiva e responsável pelo serviço de Arritmia e Eletrofisiologia do Hospital Incar, explica que a arritmia “para além das palpitações e falta de ar, pode levar ao derrame e AVC. Dessa forma, o tratamento visa reduzir os sintomas e as chances de a doença dilatar o coração, evoluindo para insuficiência cardíaca.
Texto: Eliandson José| DRT: 4825-BA
Com Informações: ASCOM UFBA