Uma doença que tem se tornado muito frequente e que pode ser prevenida com água e sabão leva uma média de 9 homens a terem o pênis amputado toda semana no Brasil. O câncer de pênis, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, tem maior incidência em pessoas a partir de 50 anos e representa 2% de todos os tipos de tumor que atingem o homem. Infelizmente, segundo o cirurgião urologista, Eduardo Cerqueira, em aproximadamente 25% dos casos, o paciente precisa ter o órgão amputado. O câncer de pênis é um tumor raro que pode surgir no órgão ou apenas na pele que o cobre, provocando mudanças na cor e textura da pele, bem como o surgimento de nódulos ou feridas. A doença tem seu surgimento associado, na maioria das vezes, à falta ou à precária higiene local, sendo uma doença muito comum nas regiões norte e nordeste.
pois chega a muitos quadros de amputação. Entre os anos de 2007 a 2022, foram realizadas 7.790 amputações de pênis decorrentes de câncer somente pelo pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o que equivale a uma média de 486 procedimentos por ano. De acordo com Dr. Eduardo Cerqueira, o principal tipo de câncer de pênis é o carcinoma epidermóide, escamoso ou espinocelular, representando cerca de 95% a 97% dos casos, sendo que a lesão, geralmente é verrucosa, plana ou ulcerada. O especialista explica ainda que tais lesões se originam preferencialmente no prepúcio, na glande ou em ambos os locais, podendo se extender para áreas proximais como o corpo do pênis. Além disso, existe também o tipo de câncer de pênis chamado melanona, que tem início nas células responsáveis pela pigmentação da pele do órgão.
salientou o cirurgião, acrescentando que esta é uma doença que precisa ser tratada pelos órgãos públicos de saúde como uma questão social “muito importante porque, no geral, leva à amputação e, como já frisei, sua origem pode ser evitada com uma boa higiene, com água e sabão, ou seja, campanhas educativas são muito necessárias”.
É importante atentar para o início da doença que, geralmente, dá sinais como uma pequena ferida que não cicatriza ou que, por vezes, cicatriza mas reincide. Dr. Eduardo Cerqueira salienta que existem pacientes que negligenciam a presença das lesões ou verrugas, as quais poderiam ser curadas com uma cirurgia local, somente para uma incisão da lesão com objetivo curativo, com perda mínima para o paciente. “Porém, quando negligenciadas, estas lesões geralmente evoluem de forma importante”, frisou. O alerta do especialista se faz necessário pois as amputações do órgão são uma realidade. Elas podem ser chamadas de glandectomia, amputação da cabeça do pênis; “e se o paciente tiver o azar de a lesão se iniciar na base do órgão, você acaba tendo que fazer a amputação total. “É um quadro bem dramático. Aqueles que percebem as lesões e iniciam tratamento precoce, têm grandes chances de cura, diferentemente dos que negligenciam tais lesões, e que só procuram ajuda quando têm uma ferida já grande e com mal cheiro por causa da infecção a que se associa.”, afirmou.
Nos casos mais graves, o cirurgião urologista lembra que, além da retirada do pênis, é preciso fazer uma linfadenectomia inguinal, em que se retiram gânglios da raíz da coxa, procedimento que provoca um pós operatório mais difícil, levando o paciente a ter edema nas pernas, sentir dores e desconforto. “Um quadro que prejudica até mais que a própria retirada do pênis, mesmo esta chamando muito mais atenção. Mas é a linfadenectomia que irá dificultar o paciente a andar, fazendo este ter dores constantes e feridas nas pernas”, explicou. O diagnóstico do câncer de pênis é clínico, podendo o urologista, reconhecendo as lesões e percebendo se tratar de um câncer, solicita uma biopsia, para confirmar a existência da doença e programar o tratamento do paciente. Quando o câncer é diagnosticado precocemente, a cirurgia realizada tem condições de preservação urinária e sexual com bastante êxito, sem prejudicar tanto o paciente.
A higiene, portanto, é o principal fator de prevenção. A cirurgia de fimose também diminui drasticamente a incidência desse tipo de câncer, pois facilita sua limpeza, se aproximando do zero a incidência da doença. “No mais, é fundamental ficar atento e buscar seu médico para qualquer sinal de lesão e lembrar da presença do HPV no câncer de pênis. Trata-se de um vírus que está relacionado ao câncer de colo de útero, mas também em outras regiões a exemplo do câncer de pênis e o câncer orofaringe, por conta da prática de sexo oral pode provocar.
Homens até 45 anos podem ser vacinados com a vacina HPV nonavalente, disponível no serviço de vacinas Incar, como prevenção eficiente do cancer de pênis . Em situações especiais, o Médico pode indicar essa vacina até para pacientes con mais idade, que tenham risco muito elevado ou estejam inunossuprimidos.
Médico formado pela UFBA
Urologista com formação em Cirurgia Minimamente Invasiva pelo Hospital do Servidor do Estado de São Paulo
Formação em Cirurgia Robótica pela Intuitive Einstein e Uro Oncologia pelo Hospital Dr Miami